A melhor informação da semana cursos | auditoria digital | blog
por Frederico Carvalho

Tópicos da semana:

✅  Filmes para adultos: o show de Jeff em 2021
✅  App store: a relação das big tech e milhões de apps
🚀 Atualidades do marketing & economia digital.

✨  «A Fórmula do Lucro para empresas em 4 passos» foi o artigo desta semana no blog da e-Goi. 

  • Qual é o investimento anual no ensino superior? Ver post Instagram >
  • Quanto custa comprar um computador globalmente? Ver post >
  • Qual o país com maior subscrição à internet de banda larga? Ver post >
  • Quanto custa comprar um iPhone 12 a nível mundial? Ver post >

mgm-amazon-newsletter
ANÁLISE EXTENSA

BIG TECH

Filmes para adultos: O show do Jeff

Jeff Bezos tornou-se um dos executivos mais influentes numa série de indústrias além do retalho online – incluindo a aeroespacial, jornais e atualmente filmes.

A bolinha vermelha no canto superior do ecrã vai para os 8,45 mil milhões de dólares pela compra da MGM pela Amazon. 

É mais dinheiro do que a União Europeia vai pagar por 1 ano de subvenções europeias a Portugal, naquilo a que chamamos bazuca europeia.

O acordo da Amazon é a segunda maior aquisição depois da Whole Foods e a primeira vez que uma empresa de tecnologia compra uma grande empresa de meios de comunicação com este legado.


O rugido de «Leo, the Lion» tem um grande eco.

marketing-digital
A imagem no topo do artigo é de 1928 e mostra as filmagens dos créditos do ecrã da Metro-Goldwyn-Mayer Studios Inc (MGM).

As empresas orientadas pela tecnologia estão a unir forças para competir no mercado do vídeo, como foi o caso da união entre a WarnerMedia e a Discovery.
Escrevi sobre o tema recentemente «Os Gigantes do Streaming e a concorrência da Netflix e Disney+»

A mascote icónica da MGM reflete o conteúdo blockbuster do estúdio de cinema com Legally Blonde, James Bond, Rocky e Creed – que estarão em breve disponíveis para visualização no Amazon Prime Video.

Em 2010, a Amazon lançou o seu investimento em estúdios próprios para desenvolver programas originais. O objetivo é claro: agarrar o buzz de Hollywood para vender mais mercadorias. 

A Amazon vai ter uma perna nos Emmys, não só porque a MGM tem os direitos de The Handmaid’s Tale, Fargo e Vikings, mas também porque é um estúdio capaz de produzir televisão com qualidade.

Da Amazon Prime à Amazon Prime Video

Esta semana, a Amazon disponibilizou, a subscrição do serviço Amazon Prime aos clientes, em Portugal. 

Além das entregas gratuitas, a subscrição deste serviço dá também acesso ao serviço de streaming da Amazon: a Amazon Prime Video. 

Em Portugal, de acordo com dados da JustWatch, no primeiro trimestre do ano, este serviço de streaming de vídeo tinha uma quota de mercado de 22%, a segunda maior em Portugal.

A Amazon não reporta métricas sobre a utilização do Prime Video e a única referência a despesas de conteúdo encontra-se numa nota de rodapé às suas demonstrações financeiras. 

Como o serviço de streaming de vídeo é uma característica da Amazon Prime e não um serviço por direito próprio, mesmo conhecendo os números de assinantes de Prime Video não há muita informação pública. 

Um relatório da Cowen & Co citou uma sondagem que mostra que a Amazon, a nível mundial, está perto da Netflix na penetração do mercado de streaming de vídeo, bem à frente da Disney e de todos os outros. 

Leia também:
> Netflix, Disney+ e a guerra do streaming

O acordo da MGM é dispendioso, porque, além do dinheiro envolvido na transação, trará os holofotes dos políticos e dos reguladores antitrust

Se Bezos está disposto a suportar esse escrutínio, devemos partir do princípio de que está no entretenimento a longo prazo.

O poder da lealdade: Porque é que a Amazon está no entretenimento?

A Amazon fica com os direitos de James Bond e RoboCop. Presumivelmente, a Amazon irá utilizar este acesso para extrair ideias para novas séries e filmes para o seu serviço de entretenimento Prime Video streaming

O Prime Video é uma ótima maneira de atrair novos clientes para a loja da Amazon. 

O entretenimento é bastante eficaz para impulsionar as vendas de mercadorias. O poder da lealdade. 

Incluir um serviço de vídeo no Prime é mais uma razão para as pessoas se manterem no programa de membros da Amazon e sentirem-se como se estivessem a receber valor acrescentado, tanto pelo envio de pacotes sem custos adicionais como nos acessos a serviços.

O New York Times cita um estudo de acordo com Morgan Stanley em que estimou que famílias que sejam membros Prime normalmente gastam $3000 por ano na Amazon, mais do dobro do que quem não é membro do serviço.

No seu novo livro sobre a Amazon «Amazon Unbound», o jornalista e autor Brad Stone fala da divergência entre os objetivos declarados do Prime Video e a realidade das superpotências tecnológicas. 

Leia também: «O novo livro 2021: Amazon Unbound»

O sucesso da Amazon nas compras online e no cloud computing destaca a crença entre fãs e detratores de que a empresa é um génio poderoso e perturbador na concertação de ativos.

A sedução do transporte rápido e sem custos pode ser suficiente. 

Mas já se começa a falar da oferta de mais serviços como Internet gratuita, aulas de fitness online ou acesso gratuito a livros Kindle. 

A versão do Walmart do Prime dá descontos em algumas bombas de gasolina, portanto não é descabido que a Amazon aumente a oferta de serviços, porque na base a subscrição da Amazon Prime promete.

  • Escalabilidade.
  • Previsibilidade.
  • Rentabilidade.

Há uma hipótese da Amazon estar a jogar um jogo muito longo com o Prime Video. Posso imaginar um futuro em que a Amazon utilize anúncios no Prime Video e nos seus outros sites de vídeo online para apresentar novos produtos, procurando vender aos utilizadores de forma personalizada. 

Na maioria das vezes, um modelo de negócio é o resultado de ajustes. 

Alguns elementos podem ser projetados de forma inteligente para melhorar o valor geral da organização.

No caso da Amazon Prime Video, a Amazon atualmente usa o Prime para adquirir novas assinaturas para o seu programa Prime, que também inclui uma entrega rápida.
Porquê?

  • Oferecer outro serviço no topo do funil da sua plataforma de serviço;
  • Reduzir os seus custos de aquisição;
  • Melhorar a sua retenção;
  • Impulsionar as vendas de outros produtos físicos aparentemente não relacionados.

APP-STORE-mac

STREAMING

App store: a relação das big tech e milhões de apps

A Apple e a Google controlam quase todo o mercado mundial de sistemas operativos móveis e cobram aos programadores uma comissão de 30% pelas transações realizadas através das suas lojas digitais e foi precisamente essa taxa que desencadeou uma batalha judicial.

As alegadas práticas anticoncorrência associadas App Store da Apple começaram a ser julgadas nos EUA na segunda-feira e vai durar previsivelmente três semanas.

  • A Apple ganha cerca de 15 mil milhões de dólares anuais com a App Store e está tão segura na sua posição competitiva como sempre esteve.
  • A Apple fez 294 mil milhões de dólares em vendas no ano passado.
  • A App Store não é nem nunca será o seu principal negócio. 

Proveitos da batalha judicial da Appl

Em agosto, a Epic Games, proprietária do popular jogo de vídeo Fortnite, anunciou que os seus utilizadores poderiam fazer compras de acessórios – ou seja, add-ons para o jogo – na própria aplicação e com um desconto.

A iniciativa não estava de acordo com a política imposta pela Apple, uma vez que, se um utilizador comprar acessórios diretamente no jogo de vídeo, a empresa cobra a comissão de 30% que recebe por todas as transações que ocorrem através da App Store.

Mesmo que a Epic Games perca em tribunal, a gigante dona do Fortnite já conseguiu colocar o foco no iPhone e podem surgir alterações no modelo de negócio e nas comissões às apps, equilibrando a predominância das Big Tech, em especial Apple com a App Store e da Google com a sua Play Store, em Android.

No verão passado, a Apple removeu as comissões para quem tem receitas inferiores a 1 milhão de dólares.

Leia também
> Apple: Luxo ou Elite

Da Apple Store à App Store

Há 20 anos, Steve Jobs lançou a 1.ª Apple Store (física) e revolucionou o retalho.

No dia 19 de maio de 2001, as primeiras lojas da Apple foram inauguradas nos EUA. Há 20 anos, com apenas duas lojas oficiais, o cofundador da Apple, Steve Jobs, mudou o formato do retalho físico.

Atualmente, a empresa conta com mais 500 lojas físicas em 20 países e inspirou outras grandes empresas do setor de tecnologia, como a Microsoft, a seguirem os mesmos passos.

A App Store (digital) nasceu a 10 de julho de 2008 com 500 apps e desencadeou um fenómeno cultural, social e económico. Até há pouco tempo, a Apple dizia ter inventado o conceito e o nome app store e pediu em tribunal que um juiz impedisse a Amazon de usar as palavras «app store».

O controlo pelo mercado mundial de sistemas operacionais

Poucas horas depois de a Epic ter revelado que iria permitir compras na app da própria aplicação Fortnite, a Apple respondeu retirando-a da App Store, o que levou o proprietário do Fortnite a apresentar uma ação judicial.

A Epic também processou a Google pela mesma razão e o julgamento está agendado, presidido pelo mesmo juiz do caso Apple, pelo que é previsível que o que acontecer agora também afete a empresa de motores de pesquisa da internet.

Entretanto, Tim Cook revelou, esta semana, que a Epic teve um comportamento «malicioso» desde o início e reiterou o argumento que a empresa tem defendido desde o início do julgamento, ou seja, que a única coisa que o criador do jogo procurava e continua a procurar é uma redução da comissão.

Quando questionado pelo advogado do Ministério Público se a Apple concorre contra o Google no domínio dos sistemas operativos, Cook evitou responder diretamente.

«Competimos contra a Samsung, LG (ou seja, outros fabricantes de telemóveis).»

«Os clientes não compram sistemas operativos, eles compram dispositivos», respondeu.

A defesa da empresa adotou a estratégia de argumentar que a Apple compete no mercado dos dispositivos móveis e não no mercado dos sistemas operativos para mostrar que a App Store não é um monopólio.

Argumento legal da App Store

A Apple pode controlar o mercado das aplicações iPhone, porque os clientes já o sabem; se não gostarem, podem comprar um telefone diferente. 

Esta é a razão pela qual a Apple argumenta que o seu controlo da App Store era de facto um ponto de venda do iPhone e um motivo para os clientes optaram por entrar no ecossistema mais restritivo do iOS.

Em segundo lugar, a Apple também defendeu a existência de um mercado competitivo para os criadores. 

Esta foi uma linha de raciocínio especialmente eficaz no que diz respeito à Fortnite, que ganha mais dinheiro com outras plataformas do que com o iOS; além disso, essas plataformas têm regras semelhantes ao iOS.

O CEO Tim Cook no seu testemunho continuava a insistir que a Apple tinha o direito de rentabilizar a sua propriedade intelectual, porque a empresa tem custo de gerir não apenas a App Store, mas também de desenvolver APIs e ferramentas de desenvolvimento.

As empresas podem adquirir poder de monopólio ao estabelecer uma infraestrutura que as torne unicamente adequadas para servir os seus clientes. 

Obrigar as empresas a partilhar a fonte da sua vantagem cria alguma tensão com o objetivo subjacente da lei antimonopólio, uma vez que pode diminuir o investimento em infraestrutura ou ativos economicamente benéficos. 

A partilha forçada também exige que os tribunais antitrust atuem como planeadores centrais, identificando o preço adequado, a quantidade e outras condições de negociação – um papel para o qual não são adequados. 

Além disso, a negociação forçada entre concorrentes pode facilitar o mal supremo do antitrust: conluio. 

Cópia uma da outra: Apple e Google

A Apple não tem o dever de fornecer acesso às APIs e ferramentas de desenvolvimento a empresas que não respeitem os seus termos. 

O mercado da App Store é um duopólio mundial, o que reduz drasticamente o ponto de alavancagem para qualquer aplicação. 

Suponha-se que o Twitter quisesse fazer recuar as políticas da Apple e ir exclusivamente para Android; isso implicaria desistir de cerca de 20% do mercado mundial e de cerca de 50% do mercado nos EUA. 

É por isso que a Apple e a Google copiam sobretudo as políticas uma da outra, confortáveis no conhecimento de que nenhuma aplicação é realmente importante.

Steve Jobs afirmou em 2008:
«O nosso objetivo, na App Store, é acrescentar valor ao iPhone.»
«A App Store é muito maior do que alguma vez imaginámos.»


Quando a Apple introduziu o iPhone SDK, Jobs tinha previsto a divisão 70/30 da empresa para o iTunes, mas já era claro, alguns meses mais tarde, que a oportunidade era muito maior do que a música.

Os criadores como donos das suas apps

A Apple não vai deixar os criadores serem donos das suas apps nem deixar o marketing construir relações com os seus fãs, porque o negócio está na intermediação.

O modelo de negócios da Apple aproveita canais diretos como indiretos.
A Apple vende muitos dos produtos diretamente pelos seus ativos digitais.

Isso é fundamental para o sucesso da Apple, pois permite que ela forneça uma experiência de compra, na qual o serviço e a educação são enfatizados. 

É também por isso que a Apple continua a expandir-se com controlo sobre a experiência do cliente e o controlo sobre uma estratégia de distribuição que requer, como sabemos, recursos em escala.

Leia também:
>
Podcasts Apple vs Podcasts Spotify: a centralização na nova economia digital


how-to-como-fazer

How to

📙 Instagram: Poderá ter visto que a IG lançou ferramentas Insights para carrousels e Instagram Live – mas poderá não saber os detalhes ou como aceder. Ver guia >

📙 E-Commerce: Infográfico resumido com 10 tendências do comércio eletrónico que todos os proprietários de lojas online vão gostar de conhecer em 2021. Ver mais >

Cursos Online

friends-newsletter

Atualidades do mundo do marketing & economia digital

📌
Estreou, ontem à noite, na HBO Max, Friends: The Reunion com Jennifer Aniston, Courteney Cox, Matthew Perry, Lisa Kudrow, David Schwimmer e Matt LeBlanc.
 
📌
O Facebook lançou oficialmente a sua opção de ocultação de gostos no Facebook e Instagram. Os utilizadores de ambas as plataformas podem optar por ocultar o número de gostos e reações para os seus próprios posts ou outros nos seus feeds.

O chefe do Instagram Adam Mosseri afirmou que a opção de esconder gostos foi inicialmente criada para «despressurizar a experiência» na plataforma. Mas, após uma série de testes, o Instagram descobriu que o bem-estar do utilizador e o uso da aplicação não mudava quando os gostos eram removidos.

📌
off-topic: Li na Visão que começou a corrida ao negócio dos terrenos. A classe tradicionalmente menos vendida de imóvel está a registar uma procura inesperada, que disparou mais de 70% num ano.

📌
Os eventos virtuais estiveram em grande em 2020.
Espera-se que os eventos híbridos sejam a próxima sensação.
O LinkedIn está a ajudar os profissionais a divulgar os eventos que estão a preparar. Esta semana, lançou ferramentas que facilitam a ligação de eventos + aprender mais sobre quem está a participar.

O seu novo formato de anúncio de eventos destaca detalhes como «data, hora, e como participar». Além disso, permite aos utilizadores ver se uma ligação mútua manifestou interesse em participar.
O LinkedIn também lançou uma ferramenta de análise de eventos que reúne conhecimentos relacionados com alcance, envolvimento e composição dos participantes.
21 milhões de membros do LinkedIn participaram em eventos virtuais na plataforma no ano passado.

As últimas atualizações chegam cerca de um mês depois de o LinkedIn anunciar que as suas receitas publicitárias aumentaram 60% em 2020, ultrapassando os 3 mil milhões de dólares.

📌
O New York Times está em conversações para comprar The Athletic.

📌
O Twitter está a testar a sua funcionalidade Super Followers. 

📌
A Comissão Europeia está preparada para anunciar um caso antitrust contra o Facebook estando em causa a plataforma Marketplace, de acordo com o Financial Times.

O principal regulador antitrust da Europa tem alegadamente procurado obter feedback dos concorrentes sobre se o Facebook tem uma vantagem desleal nos classificados online, promovendo gratuitamente o Marketplace.

O Facebook é o último dos gigantes tecnológicos dos EUA a enfrentar uma investigação oficial antitrust da Comissão Europeia. Há uma série de investigações e acusações antitrust em diferentes fases contra empresas como a Apple, Amazon e Google.

📌
A aplicação chinesa de e-commerce Pinduoduo divulgou que as suas receitas mais do que triplicaram no primeiro trimestre, enquanto as perdas diminuíram, graças ao crescimento do seu negócio de publicidade online. As receitas superaram as expectativas dos analistas.

A média mensal de utilizadores ativos da aplicação no trimestre aumentou 49% no prazo de um ano para 724,6 milhões. O rápido crescimento dos utilizadores de Pinduoduo representa uma grande ameaça para a Alibaba, a maior plataforma de e-commerce da China, através das transações.

📌
O fabricante chinês de smartphones Xiaomi publicou resultados recorde no primeiro trimestre de 2021, superando as expectativas dos analistas e cimentando a sua posição como o melhor fabricante de smartphones da China sobre Huawei.

A Xiaomi divulgou que o lucro líquido subiu para o equivalente a 2,22 mil milhões de dólares no trimestre janeiro-março, mais 87,4% quando comparado com o mesmo período do ano anterior.

Afirmou ainda que a sua quota de mercado global era de 14,1%, citando a empresa de pesquisa Canalys, e que estava em terceiro lugar depois da Apple e Samsung.

📌
O CEO da Microsoft Satya Nadella confessa que a próxima geração de Windows está a chegar «muito em breve». 

📌 
A Rússia está a pressionar o Google, o Twitter e o Facebook para que apaguem as mensagens que o governo considera ilegais ou para restaurar material pró-Kremlin. Tal como na Índia, Polónia e Turquia, a campanha da Rússia é um exemplo da forma como os governos testam até onde podem ir para controlar o discurso online.