A crise do livro é pré-pandémica; há muito se discute a viabilidade do setor, como reverter a crise. Exige-se mais investimentos na área cultural, mais ação, na promoção do livro e da leitura.
Um estudo sobre hábitos de leitura revela que 59% dos pais passou a ler mais aos filhos durante a quarentena. Já os pais cujos filhos são autónomos na leitura, 61% diz que estes leram mais em confinamento.
A nível local, destaque para o facto de Oeiras lançar livros e jornais grátis nas praias, até ao final de Agosto, para promover hábitos de leitura.
A nível mais global, é interessante perceber que Dois em cada cinco pessoas adultas no Reino Unido disseram que estavam a ler mais livros.
De acordo com a pesquisa da Nielson, 41% relatou ter lido mais livros desde o início da pandemia.
Um terço leu mais livros impressos, 18% e-books, e 9% audiobooks.
📖 As vendas aumentaram online?
No Reino Unido, as editoras previram quedas na receita de até 75% como resultado da crise da Covid-19.
Em Portugal de acordo coma GFK, a queda real foi de 30%.
Com livrarias fechadas durante dois meses, datas de publicação adiadas, pedidos de livros cancelados, há uma história de sucesso com a editora de Harry Potter, Bloomsbury, que relatou um crescimento de 28% nas vendas ao consumidor nos meses encerrados durante a pandemia. As vendas de impressão na verdade aumentaram 9%.
Em Portugal, no final de Agosto, a Livros Cotovia tinha anunciado que 2020 seria o último ano em que marcaria presença na Feira do Livro de Lisboa, visto que iria fechar “até ao final do ano”.
As vendas da Bíblia estão em alta?
Nestes tempos de incerteza, a livraria online cristã “Eden saw” viu as vendas físicas da Bíblia aumentarem em 55% só em abril.
No Reino Unido, os livros no tema do crime aumentaram 19% no mesmo período em 2019, de acordo com Nielsen, com quase 11 milhões de títulos
“Numa época em que há frequentemente fontes não confiáveis, as pessoas estão a procurar livros mais livros de não-ficção” disse o presidente-executivo da Hachette, David Shelley.
Devemos pensar que a tecnologia é um multiplicador de força, estendendo a curadoria e a descoberta que tornam as livrarias críticas e valiosas para o mundo do livro em geral.
As livrarias são essenciais para a diversidade.
Fala-se em promoção da leitura como uma ação.
As vendas de livros em Portugal registaram uma queda homóloga de 28,3% nos primeiros seis meses de 2020, devido à atual pandemia.
Os portugueses estão a comprar mais livros desde o desconfinamento, mas a queda em setembro ainda é de 15,85%.
As vendas de livros em Portugal têm vindo a recuperar.
Até final de setembro, vendeu-se 78,9 milhões de euros em livros, menos 22,8% face aos primeiros nove meses do ano passado.
O sector viu desaparecer 23,3 milhões de euros em receitas, de acordo com dados da GfK que analisou as vendas de livros em lojas físicas de oito países na Europa (Bélgica (Flandres / Valónia), Brasil, França, Itália, Holanda, Portugal, Espanha e Suíça) e no Brasil .
A redução mais acentuada entre os países analisados pela GfK, que englobam Itália (-10,1%), Brasil (-12,8%), em França (-15,4%) e em Espanha (-18,4%)
Antes da pandemia, há registo de valores positivos: Portugal (+1%) e em Espanha (+3%)
Do livro às livrarias: vendas de livros em portugal
O confinamento e o encerramento de muitas lojas resultaram na quebra abrupta das vendas em quase dois terços em Portugal.
O consumo online foi insuficiente para compensar estas perdas.
Em Itália, as vendas subiram 13,5% no pós-confinamento, enquanto o Brasil, que ainda se encontra com restrições muito apertadas, regista uma queda de 25,9% até à data.
Como estão como leitores?
Se procura recomendações, o princípio de 2020, fiz uma lista de recomendação de alguns dos livros que mais gostei de ler.
Se desejar, veja também o artigo que escrevi sobre a minha experiência com o livro “Marketing Digital para Empresas“
Vendas de livros: A Amazon e as livrarias independentes
A Associação Americana de Livrarias (ABA) lançou uma campanha publicitária contra a Amazon alertando sobre o perigo para as livrarias independentes neste período de pandemia.
A campanha, a primeira no género, foi desencadeada porque a Amazon propôs ofertas agressivas comerciais aos consumidores.
Desde o início da pandemia, 35 livrarias membro da ABA fecharam portas, indicou a associação à agência France Presse, estimando que 20% das livrarias independentes estão a ser ameaçadas de encerramento.
No Brasil, A Saraiva, que foi durante muitos anos a maior livraria do país, fecha mais lojas e apresentou um plano para evitar a falência.
Quando as livrarias independentes encerram, o coronavírus é a causa oficial da morte, mas a maior problema é a Amazon, afirmou a associação, num comunicado.
Batizada “Boxed out” – uma expressão que significa bloquear o opositor – a campanha joga também com a palavra “box”, que significa caixa, evocando as caixas de cartão nas quais a Amazon entrega os seus produtos por todo o lado.
“Livros escolhidos por pessoas, não por algoritmos assustadores”, diz um dos cartazes colocados numa montra.
Segundo as estatísticas, as lojas de livros nos Estados Unidos perderam 31% das vendas nos sete primeiros meses de 2020.
Por altura da redacção deste artigo acabei o livro NÓS, escrito em 1920 por Evgueni Zamiatine com tradução de Manuel João Gomes. Ver na Bertrand >
Um romance distópico e uma ficção sobre o triunfo da racionalidade, um mundo futuro, eficazmente produtivo, desprovido de emoção.
Boas leituras.