A UE pode ter um mercado único, mas os seus produtos não têm preços únicos.

Toda a gente sabe que há diferença de preços no e-commerce nas várias lojas da Amazon.

E que há apps que ajudam a saber os preços dos produtos mais baratos na Amazon.

Chrome Web Store:
♦️ Keepa – Amazon Price Tracker
♦️ Amazon Price Tracker – Pricepulse
♦️ Price Snoop – Smarter Shopping on Amazon(r)

Ou sites como:

🔹 hagglezon.com
🔹 tropicalprice.com

O modelo Nespresso mais chique terá um valor de €460 no site francês da Amazon, mas pode ser obtido por €301 na versão alemã.

Preços para exatamente os mesmos produtos ainda divergem, muitas vezes entre os “países ricos”.

É uma tendência de longo prazo.

Uma loja no centro de Lisboa cobrará mais pelos mesmos produtos do que um hipermercado numa cidade de tamanho médio.

🏷️ Um estudo mostrou que os preços online variavam em 20% para itens electrónicos e até 40% para roupas entre países da UE.

As fronteiras são importantes no comércio e ainda existem na UE.

Para a maioria das empresas, atravessar uma fronteira na UE, é enfrentar um novo regime jurídico, uma língua estrangeira, com uma cultura de consumo diferente.

Também não é um processo fácil para os consumidores.

Até finais de julho, ao Portal da Queixa 🇵🇹 chegaram mais de 9 mil reclamações relacionados com o e-commerce, um disparo de 213%. E a experiência com as compras nos supermercados online também deixou muitos consumidores insatisfeitos, com as queixas a subir 254%.

🛒 Produtos onde parece que é barato comprar fora, encarecem, especialmente se forem volumosos, como fraldas.

Dados recentes mostram que um em cada dez cidadãos da UE compraram algo de um site de e-commerce, de um país diferente.

🛍️ Os portugueses estão entre os europeus onde as compras online em websites fora de fronteiras representam a maior fatia das compras online realizadas.

#UE sempre foi uma mistura de grandes coisas (paz) e pequenas coisas (voos baratos)

Ultimamente, as ambições geopolíticas parecem ocupar mais tempo sobre o e-commerce.

Crescimento do e-commerce

O e-commerce B2C em 2019 cresceu 20% em Portugal (mais 3 pontos percentuais que em 2018), alcançando um valor total na ordem de 5,9 mil milhões de euros. Para 2020, a expectativa dos retalhistas é de que o e-Commerce cresça a ordem dos 40% a 60%, fruto do contexto de pandemia e de grande alteração dos hábitos dos consumidores. Estas são as principais conclusões do CTT e-Commerce Report 2020.

51% dos portugueses com Internet fizeram pelo menos uma compra online em 2019
CTT comercio onlineUm estudo complementar levado a cabo pelos CTT (entre Julho e Setembro), concluiu, cruzando com as informações decorrentes de dois barómetros realizados junto de um painel de 40 experts da indústria do retalho e e-Commerce, perspectiva-se um crescimento do valor do mercado para o final deste ano na ordem dos 40% a 60%. Segundo os dados do CTT e-Commerce Report 2019, mais portugueses têm vindo a aderir à compra online.

51% dos portugueses com acesso à Internet fizeram pelo menos uma compra online durante o ano de 2019 (mais 4% que no ano de 2018).

Estima-se que no final de 2020, e por via do efeito da pandemia, serão já 56%.

Para além da entrada de novos compradores online, aumentou também o número de compras de produtos neste canal (15,8 compras anuais, mais 14,5% que no ano anterior) bem como o valor gasto em cada compra de produtos (51,1 euros).

O perfil do e-buyer português

O perfil do e-buyer português caracteriza-se por: predominância do género feminino (51,5%), mais adulto e centrado nas idades activas dos 25-54 anos (77,3%), logo seguido dos mais jovens (21%), urbano (Lisboa e Porto).

Quanto à origem das compras, tem vindo a observar-se nos últimos dois anos um maior crescimento das compras em e-sellers portugueses em comparação com as compras internacionais, este ano com forte aceleração na sequência do contexto do COVID-19.

Quanto às origens internacionais, a China mantém-se como a origem mais referida, seguindo-se a Espanha e o Reino Unido.

Os novos impostos de e-commerce

Os governos, especialmente na Europa com o argumento de que pretendem combater a fraude e a evasão fiscal, estão a avançar com novas medidas em relação à tributação.

O caso mais recente foi a Google anunciar que vai repassar os custos de um novo imposto sobre serviços digitais do Reino Unido aos anunciantes.

Medidas semelhantes estão a ser introduzidos na Áustria e na Turquia, anunciou o Google, onde o valor cobrado será de 5%.

Em Portugal esta música ainda não tocou.
Mas já há alterações ao IVA no comércio eletrónico transfronteiriço.

🔸 Balcão único do IVA
Uma empresa empresa portuguesa que queira vender para qualquer país da União Europeia deixa de ser obrigada a registar-se nesse país, podendo tratar facilmente neste balcão de todas a obrigações declarativas e de pagamento do IVA.

🔸 Sujeitos passivos
As plataformas eletrónicas nas quais é efetuada venda de bens passam a ser consideradas “sujeitos passivos” quer estejam estabelecidas na UE ou noutro país, de forma a “assegurar a efetiva cobrança do imposto devido nas transações efetuadas”.

🔸 Tributação no destino
Outra das novas regras é a tributação de IVA no Estado-membro de destino em vendas à distância através de plataformas eletrónicas, incluindo bens importados, e a eliminação dos atuais limites de tributação das vendas online à distância dentro da União Europeia, bem como a isenção na importação de pequenas remessas.
– Para a generalidade das operações, a cobrança de IVA na venda de bens passa a estar prevista no Estado-membro de destino;

🔸 Eliminar dupla tributação
Por último, e com o objetivo de prevenir situações de dupla tributação, passa também a estar prevista a isenção na importação de bens quando o IVA for “declarado ao abrigo do regime especial aplicável às vendas à distância de bens importados e, no momento do desalfandegamento, seja indicado na declaração aduaneira para remessas de baixo valor, o número individual de identificação do fornecedor, atribuído para efeito da aplicação daquele regime”.

Este novo conjunto de alterações ao IVA no comércio eletrónico irá entrar em vigor em território nacional a 1 de Janeiro de 2021.

Telegram e as vantagens de construir uma comunidade para potenciar o e-commerce

Embora o Telegram tenha menos utilizadores (400M), se comparado com o WhatsApp (2 mil milhões) e WeChat (1,2 mil milhões) a plataforma está a crescer.

O software é bom, elegante e fácil de usar.

> Foi a app de chat com mais downloads na BieloRússia antes dos protestos e recentemente assumiu o primeiro lugar do WhatsApp na Rússia (fonte SensorTower).

> Enquanto os grupos no WhatsApp são limitados a 256 participantes, os canais públicos criados no Telegram podem albergar um número ilimitado.

Outra virtude do Telegram é a promessa de proteger os utilizadores aos olhos curiosos dos governos. Os especialistas discutem exatamente o quão seguro é o Telegram.

Tal como o WhatsApp, oferece “criptografia ponta a ponta”, que impede terceiros, incluindo a própria app de decifrar mensagens.

Outra das particularidades, e talvez a principal atração do Telegram é que não é propriedade do Facebook (como o WhatsApp) ou da Tencent (a gigante chinesa que controla o WeChat)

A app proclama a sua independência dos titãs da Internet.

💸 O modelo de negócios é simples: não tem.

Os custos são cobertos por Durov, que fez fortuna com a vKontakte, uma popular rede social russa que fundou em 2006.

A empresa refere que o lucro “nunca será uma meta final”, e “Interesses comerciais nunca vão interferir na nossa missão”.

As reivindicações de credibilidade são atestadas pelos antecedente de Durov. Na vKontakte recusou-se a entregar os detalhes de sites de políticos da oposição.

No entanto, preservar a privacidade e a segurança está a tornar-se mais complicado.

Apps de chat de criptografados são vistos com suspeita, mesmo em democracias.

A América e a Grã-Bretanha ameaçaram repetidamente proibir a criptografia ponta a ponta, porque frustra o trabalho da polícia e agências de inteligência.

Os autocratas, por sua vez, aprenderam a aproveitar as apps de chat para espalhar desinformação, bem como notícias genuínas.

Seria tolice assumir que as grandes apps de chat não são acompanhadas ​​por agências de espionagem.

Também é válido para o Telegram.

O e-commerce assume um papel cada vez mais relevante nos hábitos de compra dos portugueses e mundo global, e para liderar o crescimento deste segmento, é preciso diversificar ativos de comunicação que propiciem uma excelente experiência de compra.