Quando a Sony 🇯🇵, anunciou no passado dia 28 de outubro, os seus resultados financeiros, a estrela do espetáculo foi a divisão de videojogos da PlayStation.
🎮 Se tivesse sido um ano normal, as receitas teriam provavelmente diminuído, porque o modelo atual da Sony – a PlayStation 4 – está a chegar ao fim da sua vida.
Mas, num ano marcado por lockdowns e pessoas a trabalhar a partir de casa, as receitas dos jogos aumentaram 11,5% ao ano (e os lucros de exploração 61%)
A Microsoft, divulgou os resultados na véspera. A sua consola, a Xbox One, teve um crescimento de 30% nas receitas.
O negócio dos videojogos está a viver um bom momento (ver quadro) e a covid-19 impulsionou a indústria.
🎁 A pandemia trouxe um crescimento de negócios na área do entretenimento em ambiente fechado, como os jogos de tabuleiro, vídeo streaming.
A Newzoo, uma empresa de análise da indústria de jogos, diz que quando a pandemia começou, a sua empresa previu um impulso de cerca de 2 mil milhões de dólares para as receitas da indústria, mas os últimos números, sugerem um número dos $175 mil milhões até final deste ano.
A 10 de novembro, a Microsoft vai lançar oficialmente a Série Xbox X.
Dois dias mais tarde, a Sony lança a PlayStation 5.
🔥 Com o Natal a aproximar-se e a possibilidade de confinamento a procura por consolas e videojogos será alta.
O mercado dos vídeojogos
Os analistas pensam que a Sony está a vender as consolas com prejuízo – uma tática comum para os fabricantes de consolas.
Piers Harding-Rolls da Ampere Analysis, uma empresa de análise mediática, pensa que serão vendidos 5 milhões de novas PlayStations no período que antecede o Natal, em comparação com 3,9 milhões da Xbox. (The Economist)
🎮 O Marketing da Sony foca-se em videojogos exclusivos, de grande orçamento.
A Microsoft, por seu lado, diz não estar preocupada com a quantidade exata de novas consolas Xbox que vende. Está focada na expansão do mercado e na tentativa de conquistar jogadores.
Mais de 3 mil milhões de pessoas têm smartphone próprio, e os jogos casuais são o tipo de aplicação instalada mais popular.
📈 A Microsoft está, portanto, a tentar baixar as barreiras à adoção.
Está a promover fortemente o “Game Pass”, um serviço de assinatura que oferece acesso a um arquivo online de centenas de jogos por 9,99 € por mês, (um quarto do custo inicial de um jogo típico de consola topo de gama)
🕹️ No próprio site referem “acesso a mais de 100 jogos de alta qualidade, com novos títulos adicionados regularmente. Joga diretamente na consola, PC e em dispositivos móveis Android a partir da cloud (Beta)”
O CEO da PlayStation, descartou um serviço como o Xbox Game Pass, dizendo mesmo que seria insustentável devido ao custo de produção dos exclusivos PlayStation.
🕸️ A peça central da Microsoft é um serviço chamado xCloud, que tem como objetivo remover a necessidade de ter uma consola dedicada, ao gerir centros de dados distantes e garantir o streaming dos resultados para smartphones, Tvs ou qualquer ecrã que pode ser ligado à Internet.
Fazer pelos jogos, o que Spotify e Netflix fizeram pela música e pelos filmes.
O futuro do game streaming
“Game-streaming” não é uma ideia nova.
As tentativas anteriores foram atormentadas por problemas técnicos.
O streaming de um jogo, que deve reagir instantaneamente às ações de um jogador, é mais difícil do que transmitir um filme ou uma canção para um espetador passivo.
Os gigantes da tecnologia com pouca experiência em videojogos estão a posicionar-se. (Veja também Google, Amazon, Facebook Apple: impacto da posição dominante
🔹 A Google lançou o “Stadia” em 2019.
🔹 A Amazon anunciou o seu serviço “Luna” em Setembro.
🔹 O Facebook tem o seu próprio serviço, o “Facebook Gaming”.
A transmissão de videojogos soa atraente em papel, mas poucos esperam que ele transforme a indústria de um dia para o outro.
Se o streaming de videojogos funcionar, pode projetar o enorme mercado de jogos.
A Microsoft comprou a ZeniMax Media, que fez o best-seller “Fallout” e “The Elder Scrolls”, por $7.5 milhões.
O negócio do armazenamento em nuvem da Microsoft, é o segundo maior do mundo, dando-lhe vantagem para alcançar o que muitos concorrentes não conseguem.
Em 2019, a Sony, que carece de infraestruturas próprias na nuvem, disse que estava a explorar a opção de usar o Azure para alimentar os seus próprios serviços de videojogos.
Ao contrário da Google ou da Amazon, a Microsoft tem décadas de experiência no ramo dos jogos.
Mas os seus concorrentes têm pontos fortes.
A Amazon tem 150 milhões de assinantes, que já inclui vídeo e música em fluxo contínuo. Tem também a Twitch, a plataforma de transmissão ao vivo líder mundial para jogadores.
A Google pode alavancar o YouTube, onde os vídeos sobre videjogos são populares.
O Facebook, com 2 mil milhões mensais de utilizadores, planeia lançar o seu serviço de game streaming, a pessoas que já jogam jogos baseados no browser na sua plataforma existente.
Tem por hábito jogar em alguma plataforma?