Os estudos mostram que alunos que fazem anota\u00e7\u00f5es manuscritas t\u00eam melhor mem\u00f3ria do que alunos que fazem anota\u00e7\u00f5es digitais.
Essas s\u00e3o as conclus\u00f5es de um relat\u00f3rio da consultoria McKinsey sobre o desempenho dos estudantes at\u00e9 aos 15 anos em toda a Europa.<\/p>
Outra desvantagem da tecnologia em salas de aula pode ser a exposi\u00e7\u00e3o dos alunos aos recursos de verifica\u00e7\u00e3o ortogr\u00e1fica e autocorre\u00e7\u00e3o numa idade mais precoce, o que os torna menos h\u00e1beis nas capacidades de ortografia e escrita.<\/p>
💭 A escola do futuro n\u00e3o \u00e9 necessariamente uma escola repleta de tecnologia, \u00e9 aquela que permite a cada aluno desenvolver os seus pr\u00f3prios talentos<\/strong>, que promove um ensino diferenciado, onde os alunos s\u00e3o desafiados a pensar, a explorar, a comu\u00adnicar e a criar.<\/p> A tecnologia \u00e9 muito mais que apenas equipamentos, m\u00e1quinas e computadores.<\/p> Ter acesso a informa\u00e7\u00e3o n\u00e3o quer dizer ter conhecimento, muito me\u00adnos sabedoria.<\/p> Dar aos alunos acesso a iPads, laptops ou e-books na sala de aula parece prejudicar a sua aprendizagem.<\/p> 🤔 Por\u00e9m, colocar essa tecnologia nas m\u00e3os de um professor est\u00e1 associado a resultados mais positivos.<\/strong> O investimento ao n\u00edvel tecnol\u00f3gico nas escolas, n\u00e3o devia priorizar quadros interativos, mas sim robustas redes \u201cwireless\u201d , \u201ccomputadores\u201d e \u201cc\u00e2maras\u201d. Este “novo normal” acelerou as dimens\u00f5es mais r\u00edgidas da escola tradicional. <\/p> Al\u00e9m das compet\u00eancias digitais, o futuro ter\u00e1 que aumentar a autonomia de quem ensina.<\/p><\/blockquote> Mais de 70 pa\u00edses j\u00e1 anunciaram os seus planos para a reabertura das escolas, depois de meses de encerramento e ensino \u00e0 dist\u00e2ncia na medida do poss\u00edvel.<\/p> H\u00e1 um princ\u00edpio que todos querem seguir: o ensino deve voltar a ser presencial para todos<\/strong> e s\u00f3 perante a deteriora\u00e7\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es sanit\u00e1rias se deve passar a outros cen\u00e1rios que, como ficou demonstrado, prejudicam quem j\u00e1 tem mais dificuldades.<\/p> Hor\u00e1rios de entrada, sa\u00edda e refei\u00e7\u00f5es desfasadas, aulas ao ar livre, turnos e redu\u00e7\u00e3o de alunos por sala, limpeza e higiene refor\u00e7adas, dist\u00e2ncia f\u00edsica, circuitos e grupos que n\u00e3o se misturam.<\/p> Estes s\u00e3o alguns exemplos de regras que est\u00e3o a ser aplicadas em v\u00e1rios pa\u00edses como forma de tentar evitar que surjam surtos nas escolas.<\/p> No final de Julho 2020, o Observador noticiava que a maioria dos estudantes da Universidade Cat\u00f3lica admite preferir o modelo presencial de aulas, apesar de reconhecerem que dificilmente haver\u00e1 uma retoma integral j\u00e1 em setembro.<\/p> 66% admitiu dificuldades em manter o mesmo grau de concentra\u00e7\u00e3o durante as atividades s\u00edncronas \u2018online\u2019.<\/p><\/blockquote> A era Covid-19 est\u00e1 a causar uma altera\u00e7\u00e3o na forma de aprendizagem tradicional.<\/p> As startups de tecnologia educacional dos EUA levantaram mais de US $ 1 mil milh\u00f5es entre janeiro e julho de 2020, um aumento de 220% em rela\u00e7\u00e3o ao financiamento do ano passado, de acordo com a Venture Intelligence.<\/p> <\/p> 🇪🇺 Em outubro de 2019, o Eurostat contextualizou as escolhas dos 19,8 milh\u00f5es alunos universit\u00e1rios na Uni\u00e3o Europeia.<\/p> As \u00e1reas que os alunos mais estudam e onde mais se licenciam s\u00e3o economia, gest\u00e3o e direito; engenharias; e as \u00e1reas da sa\u00fade e prote\u00e7\u00e3o social. Em sentido contr\u00e1rio, agricultura, educa\u00e7\u00e3o e tecnologias da comunica\u00e7\u00e3o s\u00e3o as menos preferidas.<\/p> 🇵🇹 No caso portugu\u00eas, com 385.247 alunos a frequentar o ensino superior, a Pordata mostra que os cursos de economia, gest\u00e3o e direito representam as maiores fatias de diplomados (27.761 alunos conclu\u00edram o curso nesse ano), assim como as engenharias (15.651)<\/p> No sentido oposto est\u00e3o as licenciaturas relacionadas com agricultura e educa\u00e7\u00e3o. 👨 \u201cNeste momento, cerca de 25% da popula\u00e7\u00e3o portuguesa entre os 25 e os 64 anos tem um diploma do ensino superior \u2014 pode parecer uma percentagem baixa, mas basta pensarmos que, no in\u00edcio dos anos 80, 18,6% da popula\u00e7\u00e3o era analfabeta. N\u00e3o me surpreenderia que, dentro de 15 ou 20 anos, cerca de 40% dos portugueses fosse licenciado.\u201d A opini\u00e3o \u00e9 de Jo\u00e3o Filipe Queir\u00f3, professor da Universidade de Coimbra e ex-secret\u00e1rio de Estado do Ensino Superior.<\/p> \u201cAinda h\u00e1 a ideia de que a universidade \u00e9 que \u00e9, que o meu filho h\u00e1 de ser doutor, e isso leva tempo a desaparecer da mem\u00f3ria coletiva. Um grande soldador, por exemplo, al\u00e9m de ser extremamente necess\u00e1rio, pode ganhar mais do que um m\u00e9dico.”<\/p> O autor do ensaio \u201cO Ensino Superior em Portugal\u201d (2017, Funda\u00e7\u00e3o Francisco Manuel dos Santos) destaca \u201cHoje, a classe dos professores est\u00e1 envelhecida, e no futuro teremos uma mar\u00e9 de aposenta\u00e7\u00f5es e poucos candidatos jovens.\u201d<\/p> O interesse estudantil \u00e9 sempre c\u00edclico.<\/p> \u201cEngenharia Civil teve muita procura dos alunos na altura do boom da constru\u00e7\u00e3o. O mesmo acontece agora com engenharia inform\u00e1tica e outras.\u201d A interac\u00e7\u00e3o social nos dias hoje, tem que ser cara a cara, em pessoa?<\/p> Uma reuni\u00e3o de trabalho pelo Zoom, n\u00e3o resolve?<\/p> O MIT em conjunto com v\u00e1rios universidades de Col\u00f4nia, Bamberg e Aalton, estudou v\u00e1rias equipas para registar as suas intera\u00e7\u00f5es na criatividade e na qualidade das suas ideias.<\/p> Os resultados mostram, que a experi\u00eancia humana \u00e9 mais criativa em grupo, presencialmente.<\/strong><\/p> O facto dos membros do grupo confrontarem as ideias uns com os outros, torna o resultado mais criativo.<\/p> Quanto mais olham para os olhos uns dos outros, mais criativos s\u00e3o, j\u00e1 que existe uma disposi\u00e7\u00e3o para construir confian\u00e7a, reflectir e confidenciar.<\/p> Equipas que trabalham em alto desempenho, precisam de interac\u00e7\u00e3o para construir essa confian\u00e7a.<\/strong><\/p> Um dos exemplos do estudo \u00e9 a oferta de refei\u00e7\u00f5es de qualidade superior, no generalidade dos refeit\u00f3rios criados pela Google, criando uma vantagem para os trabalhadores no sentido de estimular o encontro entre todos, e falarem (mesmo que na fila)<\/p> Essas intera\u00e7\u00f5es fortuitas s\u00e3o onde as inova\u00e7\u00f5es frequentemente t\u00eam origem.<\/p> Mas com a tecnologia de hoje, a intera\u00e7\u00e3o tem que ser presencial?<\/p> 🖥️ A reuni\u00e3o de trabalho no Zoom n\u00e3o resolve? De acordo com o MIT, o nosso desenvolvimento como humanos valoriza a presen\u00e7a f\u00edsica de outros. Considere algo que agora, n\u00e3o devemos fazer: apertar as m\u00e3os.<\/p> Julgamos que as pessoas que apertam as m\u00e3os s\u00e3o mais confi\u00e1veis e mais competentes. Conversar com algu\u00e9m cara a cara, \u00e9 semelhante. N\u00e3o estamos cientes do que acontece, mas constr\u00f3i confian\u00e7a. 📺 Em v\u00eddeo a experi\u00eancia \u00e9 inferior. Numa perspectiva mais jovem o \u00faltimo livro do neurocientista franc\u00eas Michel Desmurget, diretor de pesquisa do Instituto Nacional de Sa\u00fade da Fran\u00e7a, apresenta dados concretos e de forma conclusiva, como os dispositivos digitais est\u00e3o a afetar seriamente \u2014 e para o mal \u2014 o desenvolvimento neural de crian\u00e7as e jovens. Ler mais ><\/a><\/p>Como aprender?<\/h2>
Em alguns pa\u00edses, adicionar um computador do professor por sala de aula teve um impacto 10 vezes superior na melhoria do desempenho educacional.<\/p>
Computadores que n\u00e3o sejam obsoletos e com diferentes programas ultrapassados.<\/p>![\"como](\"https:\/\/fredericocarvalho.pt\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/medium-titulos.jpg\")
<\/figure>Investimento em tecnologia educacional cresce exponencialmente.<\/h2>
As \u00e1reas das artes e humanidades, por norma associadas a maior desemprego, t\u00eam vindo a crescer nos \u00faltimos anos, numa recupera\u00e7\u00e3o que vem desde 2011.<\/p>
E, mesmo com o atual interesse e procura, h\u00e1 falta de engenheiros no mercado: \u201cformamos bons profissionais nessas \u00e1reas, e outros pa\u00edses v\u00eam busc\u00e1-los\u201d<\/p>Como aprender: a interac\u00e7\u00e3o social<\/h2>
N\u00e3o.<\/p>
\u00c9 mais profundo do que a maioria de n\u00f3s pensa.<\/p>
S\u00e3o experi\u00eancias el\u00e9ctricas: imagens cerebrais mostram que sentimo-nos recompensados – criamos energia na regi\u00e3o associada com a sensibilidade de recompensa – agitando as m\u00e3os.<\/p>
As pupilas dos olhos contraem-se e dilatam em simult\u00e2neo com a outra pessoa.<\/p>
Quando estamos fisicamente juntos, inconscientemente imitamos a postura um do outro, gestos, construindo confian\u00e7a e empatia.<\/p>
Postura e os gestos s\u00e3o parcialmente ou totalmente invis\u00edveis.
As pessoas n\u00e3o olham nos olhos uns dos outros.
N\u00e3o podem olhar diretamente para a tela e para a c\u00e2mera em simult\u00e2neo.<\/p>