{"id":2502,"date":"2015-03-23T09:35:56","date_gmt":"2015-03-23T09:35:56","guid":{"rendered":"https:\/\/fredericocarvalho.pt\/?p=2502"},"modified":"2021-09-28T17:37:40","modified_gmt":"2021-09-28T16:37:40","slug":"posicionamento-pelo-preco-caro-barato","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/fredericocarvalho.pt\/posicionamento-pelo-preco-caro-barato\/","title":{"rendered":"Posicionamento pelo pre\u00e7o: 6 distin\u00e7\u00f5es da economia comportamental"},"content":{"rendered":"

Posicionamento pelo pre\u00e7o<\/h2>\n

Ao vender o seu produto ou servi\u00e7o num mercado mais competitivo, com mais consumidores informados, importa conhecer\u00a0estudos recentes\u00a0que podem ajud\u00e1-lo a conhecer a\u00a0economia comportamental. No mundo online, a compreens\u00e3o para trabalhar estrategicamente o pre\u00e7o psicol\u00f3gico comprovado pode aumentar a quantidade de compras do cliente e em valores\u00a0cada vez maiores.<\/p>\n

Em todos os neg\u00f3cios que vivenciei \u00a0e nas\u00a0diversas formas para fechar \u00a0neg\u00f3cio, o caso mais frequente suscept\u00edvel de aumentar o n\u00famero de vendas, \u00a0acaba por ser a proposta de redu\u00e7\u00e3o dos pre\u00e7os. Esta solu\u00e7\u00e3o, de \u00faltimo recurso, est\u00e1 muito relacionada na forma como o cliente percepciona o valor suficiente no produto\/servi\u00e7o, uma \u00e1rea da responsabilidade do comercial.<\/p>\n

Atrav\u00e9s de t\u00e1ticas, as rela\u00e7\u00f5es comportamentais entre consumidores, vendedores, n\u00fameros e valores, \u00a0encontram o\u00a0ponto ideal de venda\/compra agilizado. V\u00e1rios estudos cient\u00edficos do comportamento humano e do\u00a0relacionamento, \u00a0t\u00eam em conta as t\u00e1ticas e carga emocional para a tomada de decis\u00e3o, algumas abaixo indicadas:<\/p>\n

\"1\"<\/a>\u00a0A “paralisia de escolhas”;<\/h2>\n

Quando items semelhantes t\u00eam o mesmo pre\u00e7o, os consumidores v\u00e3o adiar a sua decis\u00e3o em vez de realmente agir.<\/p>\n

De acordo com uma pesquisa da Univerdade de Yale “Adding Small Differences Can Increase Similarity and Choice<\/a>” (2012), \u00a0a\u00a0introdu\u00e7\u00e3o de uma pequena diferen\u00e7a de um atributo que anteriormente era id\u00eantico, pode aumentar o valor percebido entre items.<\/p>\n

Numa experi\u00eancia feita por investigadores. quando dois pacotes diferentes de gomas estavam ao mesmo pre\u00e7o (63 c\u00eantimos), 46% das pessoas optaram por comprar.\u00a0Quando os items semelhantes t\u00eam o mesmo pre\u00e7o, os consumidores est\u00e3o dispostos a adiar a sua decis\u00e3o, em vez de realmente agir.<\/p>\n

Mais tarde,\u00a0quando os pacotes alteraram de pre\u00e7o para 62 c\u00eantimos e 64 c\u00eantimos respetivamente,\u00a077%<\/strong>\u00a0dos consumidores optaram por comprar um pacote.
\nItems semelhantes mas com diferentes caracter\u00edsticas, devem ser alvo de um\u00a0teste<\/strong>\u00a0de vendas, alterando pre\u00e7os, de modo que eles sejam diferentes uns dos outros.<\/p>\n

\"2\"<\/a>\u00a0Ancoragem e\u00a0contraste;<\/h2>\n

A ancoragem foi descoberta em 1974 pelos psic\u00f3logos Amos Tversky e Daniel Kahneman que chegou a ganhar o Nobel de economia. Um dos meus livros de elei\u00e7\u00e3o “Pensar Depressar e Devagar” foi referenciado neste artigo<\/a>;
\nEm breves palavras Kahneman contestou a teoria do Homo economicus, ser racional que pensa em como maximizar os seus interesses;
\nPor algum tempo, os economistas assumiram que o estudo das a\u00e7\u00f5es econ\u00f3micas do homem poderia ser feito abstraindo-se as outras dimens\u00f5es culturais do comportamento humano: dimens\u00f5es morais, \u00e9ticas, religiosas, pol\u00edticas, etc., e concentraram o seu interesse em\u00a0duas fun\u00e7\u00f5es elementares exercidas por todo e qualquer indiv\u00edduo : o consumo e a produ\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Os estudos de\u00a0Tversky e Kahneman mostraram outro resultado:<\/p>\n

As pessoas n\u00e3o s\u00e3o t\u00e3o racionais ao comprar.<\/p><\/blockquote>\n

Ancoragem refere-se \u00e0 tend\u00eancia humana de confiar demais no primeiro peda\u00e7o de informa\u00e7\u00e3o presente para tomar decis\u00f5es. Um determinado produto\/servi\u00e7o apresentado por “x” valor ao lado de um pre\u00e7o super-premium, \u00e9 percepcionado como muito barato. As op\u00e7\u00f5es menos dispendiosas s\u00e3o vistas \u00a0como uma “pechincha”<\/p>\n

Al\u00e9m de serem atra\u00eddos para produtos preferidos, os consumidores evitam pre\u00e7os que parecem excessivos.<\/p>\n

O\u00a0livro\u00a0Neuromarketing: o efeito de ancoragem, do contexto e o papel dos neurotransmissores na mente dos consumidores<\/a> (2012)”\u00a0explora este assunto com muita clareza;<\/p>\n

\"3\"<\/a>\u00a0Reduzir a dor no\u00a0processo de vendas;<\/h2>\n

Uma pesquisa da Carnegie Mellon University (CMU)<\/a>\u00a0(2007) revelou de que forma as\u00a0empresas podem reduzir pontos cr\u00edticos no processo de compra e, por sua vez, aumentar a satisfa\u00e7\u00e3o p\u00f3s-compra bem como a reten\u00e7\u00e3o dos seus clientes.<\/p>\n

a) Reformular o valor do produto:<\/strong>\u00a0Apresentar o valor “x euros” por m\u00eas \u00e9 melhor do que “x euros ano”. A n\u00e3o ser que o valor ano tenha um desconto associado, considere a primeira op\u00e7\u00e3o;<\/p>\n

b) \u00c9 Gr\u00e1tis?<\/strong>\u00a0Quando os empres\u00e1rios\u00a0querem motivar os clientes a comprar determinado produto, normalmente oferecem um desconto. De acordo com um novo estudo no Journal of Marketing<\/em>\u00a0de\u00a0Akshay Rao, da Universidade de Carlson School of Management do Minnesota, muitos compradores preferem ter algo gr\u00e1tis primeiro, para conseguir algo mais barato.
\nDe acordo uma pesquisa, as vendas de um sab\u00e3o liquido vendeu mais\u00a073% \u00a0quando, agregado a esse produto, ofereceram um pacote b\u00f4nus, algo que n\u00e3o aconteceu quando foi oferecido um desconto.
\nOutra t\u00e1tica “GR\u00c1TIS” para e-commerce \u00e9 Entregas Gr\u00e1tis \/ Frete Gr\u00e1tis. O pre\u00e7o final at\u00e9 pode incluir essa despesa internamente, mas a mentalidade de quem compra\u00a0influencia no ambiente online. A percep\u00e7\u00e3o de n\u00e3o ter custos adicionais durante o checkout motiva um cliente para avan\u00e7ar com a compra.<\/p>\n

O livro de Dan Ariely Previsivelmente Irracional<\/em>\u00a0explora um conjunto de\u00a0experi\u00eancias inovadoras, dando resposta \u00e0 forma como as\u00a0nossas expectativas, emo\u00e7\u00f5es, normas sociais distorcem a nossa capacidade de racioc\u00ednio. N\u00e3o s\u00f3 cometemos erros espantosamente simples todos os dias, como os repetimos constantemente. N\u00e3o compreendemos os efeitos profundos que as emo\u00e7\u00f5es t\u00eam naquilo que desejamos e sobrevalorizamos o que j\u00e1 temos. Estes comportamentos desorientados n\u00e3o s\u00e3o aleat\u00f3rios nem desprovidos de sentido, mas sistem\u00e1ticos e previs\u00edveis.<\/p>\n

\"4\"<\/a>\u00a0N\u00e3o\u00a0compare os pre\u00e7os sem uma raz\u00e3o;<\/h2>\n

Uma das primeiras t\u00e9cnicas que muitos empres\u00e1rios\u00a0tentam na forma\u00e7\u00e3o de uma nova estrat\u00e9gia de pre\u00e7os \u00e9 comparar diretamente o seu pre\u00e7o com o de um concorrente.<\/p>\n

De acordo com a pesquisa de Stanford<\/a>,\u00a0pre\u00e7os comparativos<\/em>\u00a0podem causar efeitos indesejados na avalia\u00e7\u00f5es dos consumidores, se n\u00e3o houver contexto.<\/strong><\/p>\n

De acordo com o investigador\u00a0Itamar Simonson<\/p>\n

“comparar pre\u00e7os pode mudar o comportamento dos consumidores de maneiras muito fundamentais.\u00a0O simples fato de fazer uma compara\u00e7\u00e3o pode causar a sensa\u00e7\u00e3o que estavam a ser enganados de alguma forma.”<\/p><\/blockquote>\n

Esfor\u00e7ar\u00a0o consumidores a compreender uma compara\u00e7\u00f5es expl\u00edcita sobre o pre\u00e7o do\u00a0produto ou servi\u00e7o com o concorrente pode causar a perda de confian\u00e7a na sua mensagem de marketing. Beneficie a sua oferta\u00a0destacando pontos fortes exclusivos e colocando \u00eanfase em tempo salvou mais dinheiro guardado…<\/p>\n

“Os profissionais de marketing precisam estar cientes de que a venda comparativa, embora possa ser muito poderosa, n\u00e3o \u00e9 isenta de riscos.”<\/p><\/blockquote>\n

O consumidor escolhe a marca\u00a0porque percebe-a como a escolha menos arriscada.<\/p>\n

\"5\"<\/a>\u00a0Diferentes N\u00edveis de Pre\u00e7o;<\/h2>\n

De acordo com William Poundstone, autor do livro Priceless: The Myth of Fair Value<\/a><\/em> ,\u00a0revela que as pessoas n\u00e3o s\u00e3o capazes de estimar os pre\u00e7os “justos” com precis\u00e3o e s\u00e3o fortemente influenciadas pelo inconsciente, irracional e pol\u00edticamente incorreto.<\/p>\n

Veja os padr\u00f5es comportamentais para \u00a0uma variedade de cerveja:
\nNo primeiro teste, havia apenas duas op\u00e7\u00f5es dispon\u00edveis – uma op\u00e7\u00e3o regular e uma op\u00e7\u00e3o premium.<\/p>\n


\nTeste # 1
\n<\/strong>N\u00edveis de pre\u00e7os, 2 op\u00e7\u00f5es<\/p>\n

\"Posicionamento-pelo-pre\u00e7o-price-test-1\"<\/a><\/p>\n

Quatro em cada cinco pessoas escolheu a segunda op\u00e7\u00e3o.<\/p>\n


\nTeste # 2
\n<\/strong>N\u00edveis de pre\u00e7os, 3 op\u00e7\u00f5es com produto barato<\/p>\n

\"price-test-2\"<\/p>\n

Adicionando um terceiro item, para mostrar uma op\u00e7\u00e3o mais barata \u00a0de \u00a0$1,60 o resultado foi ignorar essa op\u00e7\u00e3o e\u00a0inverter a rela\u00e7\u00e3o do padr\u00e3o de compras premium.
\nE\u00a0se os clientes n\u00e3o querem uma cerveja mais barata, talvez a cerveja mais cara pode funcionar?<\/p>\n

Teste # 3
\n<\/strong>N\u00edveis de pre\u00e7os, 3 op\u00e7\u00f5es com um item\u00a0mais caro<\/p>\n

\"price-test-3\"<\/p>\n

Estes exemplos mostram claramente a import\u00e2ncia de testar diferentes faixas de pre\u00e7os.
\nAlguns clientes v\u00e3o querer a op\u00e7\u00e3o mais cara, assim que adicionar um pre\u00e7o super-premium, a verdade \u00e9 que essa op\u00e7\u00e3o vai ajudar outros consumidores a olharem para outros\u00a0pre\u00e7os por compara\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

(Imagens de Nathan Barry)<\/em><\/p>\n

\"6\"<\/a>\u00a0Pre\u00e7os simples<\/h2>\n

Num trabalho de pesquisa publicado no Journal of Consumer Psychology<\/em><\/a> , os pesquisadores descobriram que os pre\u00e7os que continham mais s\u00edlabas pareciam,\u00a0drasticamente\u00a0<\/strong>superiores para os consumidores.<\/p>\n

Exemplo<\/p>\n