Se pretende vender qualquer coisa online, ter um plano de e-commerce é tão importante quanto o seu plano de negócios original. Se quer explorar um novo território, tomar decisões sobre tecnologia e marketing e estabelecer um novo conjunto de relações com os fornecedores, um plano bem pensado é importante.
O livro Start Your Own Business, pode ajudá-lo como guia através dos passos essenciais para iniciar o seu negócio e dicas essenciais sobre a criação do seu site de comércio electrónico.
De acordo com um recente estudo da Deloite, 78% das vendas ainda acontecem nas lojas físicas, contudo 84% delas são influenciadas por “touchpoints” digitais.
Matthew Shay, Presidente da NRF reforçou no evento, ainda a decorrer em Nova York sobre E-Commerce NFR Big Show 2015
“A revolução digital é a maior mudança do comercio mundial dos últimos 25 anos. É um caminho sem volta e daqui para frente o consumidor será cada vez mais digital”.
Insights do Perfil do Consumidor / Comprador de e-commerce em Portugal e Brasil
Os últimos dados da Visa Europe indicam que em Portugal os gastos online superaram em 2014 os 162 milhões de euros, e em 2015 o e-commerce deverá ser ainda mais forte.
Veja-se o exemplo no Brasil, com a economia a registar baixos índices de crescimento, mas onde o e-commerce comemora a plena expansão. Na economia de escala veja como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte somaram quase 4 mil milhões de euros (R$ 13 bilhões) em negócios online. Em Portugal, de acordo com a ACEPI no “Mobile Forum Portugal em 2014”, esse montante é esperado l em 2017, representando 2,5% do PIB.
Só o Estado de São Paulo (Brasil) é responsável por 50% do total de pedidos e responde por 45% da movimentação financeira nos sites de comércio electrónico.
Os últimos dados em Portugal, apontam, de acordo com o estudo da ACEPI/IDC ,a que existem 2,7 milhões de consumidores online que geraram 2,4 mil milhões de compras no B2C, representando 1,5% do PIB”.
Com cada vez maior número de pessoas com acesso a smartphones e tablets, em todo o mundo, é interessante verificar o comportamento do consumidor nas vendas realizadas através de aparelhos móveis representando 9,7% do total de registos no comércio eletrónico. Para dar uma ideia da velocidade do crescimento, a participação em janeiro de 2014 era de 4,8% e, ao final do primeiro semestre, 7%, de acordo com o estudo da e-bit (Brasil).
Outro estudo, da empresa Sophia Mind, aponta que 63% dos brasileiros só compram depois de consultar as redes sociais, um critério cada vez mais global noutros pontos do mundo.
Alguns números importantes revelados a nível mundial pela Gartner e Deloitte:
– 75% dos consumidores afirmaram que informações sobre produto vistos nas redes sociais influenciaram o comportamento de compra e aumentaram a fidelidade a marca;
– 84% dos consumidores afirmam que antes de fazer uma compra na loja utilizam o digital para melhorar a experiência de compra;
– Consumidores que se relacionam com a marca no digital são 21% mais rentáveis do que aqueles que só usam um canal da marca.
Para Rodrigo Borer, CEO do Buscapé para América Latina
“Hoje as redes sociais ainda são um canal de experimentação para o grande comércio, usado com sucesso para fomentar as promoções. As redes sociais têm sido um bom local para descobrir e iniciar a compra de produtos que não estamos a precisar comprar. Das compras por impulso, não das compras planeadas”.
Segundo o e-Bit, as categorias de produtos mais vendidos no e-commerce no ano de 2014 no Brasil foram
• Viagens e Turismo, com 15% de participação no volume de pedidos.
• Electrodomésticos (14%
• Produtos de Informática (11%(
• Cosméticos e Perfumaria/Cuidados Pessoais/Saúde (10%)
• Livros/Assinaturas e Revistas (8%)
Segundo o Eurostart, as categorias de produtos mais vendidos no e-commerce no ano de 2012 (últimos dados) em Portugal:
• Viagens e Turismo (17%)
• Roupa e artigos de desporto (13%)
• Livros/Assinaturas e Revistas (10%)
Social Shopping para gerar tráfego e engagement
A empresa de e-commerce Shopify refere que, em tráfego, o Facebook é um dos maiores motivadores e líder em vendas, referindo que 1,85% dos cliques da plataforma conduzem a uma compra, em comparação com 0,77% do Twitter.
Interessante o investimento que tem sido feito para aproximar as vendas das plataformas sociais, sendo o foco em soluções nativas – os famosos botões “Comprar” – com o objetivo de alinhar o ecossistema e evitar perder dinheiro dos anunciantes, focando na melhor parte dos modelos de negócio: a efetivação da compra!
Em território luso, o estudo “Economia Digital em Portugal, 2009-2017” da ACEPI refere que as redes sociais continuam a ser o canal privilegiado para os inquiridos promoverem o seu site/negócio (78%), bem como a publicidade na Internet (69%).
Veja o exemplo deste anúncio recorrendo aos botões nativos do Facebook:
Outro exemplo para dinalizar o “Social Shopping” colocado em prática pela Amazon e Twitter, em Maio do 2014, permite aos utilizadores adicionar produtos ao carrinho de compras do site Amazon.com, sem sair do Twitter. Basta que o utilizador responda ao tweet apresentado na sua timeline (contendo o link do produto à venda na Amazon e a hashtag #AmazonCart), com outro tweet contendo a mesma hashtag (#AmazonCart).
A solução da Boxbuy venceu recentemente a primeira edição do desafio MasterCard Digital Commerce SHIFT.Permite que os anunciantes iniciem a venda dos seus produtos ou serviços nas redes sociais usando os respectivos botões “Gostar” / “Curtir” para que os consumidores possam adicionar os items aos carrinhos de compra online.
Diante disso, a reflexão que se deve fazer é a seguinte: qual é a sua estratégia para o e-commerce? Você tem um bom site para dispositivos móveis? Continua vendo tablets e, principalmente, smartphones, como canais acessórios em sua operação de comércio eletrônico?
Em Maio de 2014 a GetSocial, uma empresa portuguesa, foi das primeiras a disponibilizar ferramentas de “social shopping”, a “social shop” para o ClubeFashion que “permite aos clientes participar numa compra de um amigo, recomendando, sugerindo, partilhando, entre outras ações bem conhecidas do ambiente das redes sociais, sem deixar o site da própria loja”.
O cliente omnicanal, exigente, que deseja uma experiência global
Em Medo Liquido, o sociólogo Zygmunt Bauman refere que o ser humano vive hoje num meio e numa ansiedade constante. Bauman faz um estudo singular sobre a vida contemporânea e revela um inventário dos medos atuais. Examina mecanismos que possam compreender a influência do medo sobre as nossas vidas. Temos medo de perder o emprego, da violência urbana, do terrorismo, de ficar sem o amor do parceiro, da exclusão. O resultado? Shopping centers, carros blindados, condomínios fechados e a luta constante pela atualização e cúmulo de informações, muitas sem sentido prático.
A portabilidade, o mercado competitivo e as novas oportunidades trouxeram modelos de negócio atentos à nova forma de consumo: o chamado omni consumidor e o omnicanal. A procura do cliente por meios, veículos e canais de venda que tenham em consideração o seu desejo de consumo, benefícios, interação, atendimento e fidelização que lhe forem mais convenientes, requerem que os modelos de negócio, virtuais ou físicos, procurem meios mais dinâmicos de oferta dos seus produtos ao serviços.
O desafio do multicanal é encontrar o maior número de ocasiões de contacto possíveis entre a marca e o cliente. E as técnicas online têm evoluido de forma extraordinária, nesse sentido; Afunilando o tema para os diferentes meios digitais remarketing, recomendado na área de promoção online (exemplo: Google Display, Facebook Ads), permitir recriar vários momentos com o cliente, cruzando diversos meios e dados para interagir nos diversos espaços online, sejam eles plataformas sociais, foruns, sites, blogs, etc.
Na estratégia multicanal, a conveniência para o cliente tem que ser uma prioridade o que significa que não chega apenas o comportamento específico do cliente. É preciso cruzar outros indicadores e dados para definir um perfil do consumidor.
Compreender a diferença entre métricas e indicadores de performance é um primeiro passo para depois incorporar ferramentas de tratamento de dados e reavaliar a estratégia de gestão do negocio que permita as empresas serem proficientes na linguagem digital. Com profissionais especializados nas novas áreas de tecnologia, que disseminam as potencialidades e possibilitam a capacidade de resposta perante as alterações de mercado, o comportamento dos consumidores, gerindo grandes volumes significativos de dados, será uma mais valia para integrar com trade-marketing e outras da área da empresa, para captar e gerir leads.
Estudos:
Netpanel, da Marketest
Estudo da e-Bit.Relatório de webshoppers brasil
Convergência Digital
ACEPI – Economia Digital em Portugal 2009-2017