Começar a vender online com um site ou uma landing page, pode ser suficiente através de uma estratégia de um MVP (Minimum Viable Product) – a versão mais simples de um produto que pode ser lançada com uma quantidade mínima de esforço e desenvolvimento.
Neste modelo, pode ter uma página web simples, para captação de contactos ou vendas de um único produto simplificado, procurando reter os utilizadores iniciais e receber feedback para orientar o desenvolvimento futuro, dando início ao processo interno da sua empresa para desenvolver um e-Commerce.
e-Commerce – classificação comum:
B2B – Business to Business: Os interlocutores são ambos empresas;
B2C – Business to Consumer: Empresa para Consumidor;
C2C – Consumidor para Consumidor;
C2B – Consumidor para Negócios;
Tipos de modelos de negócios de e-Commerce mais utilizados
- Dropshipping: A loja online não mantém os produtos que vende em stock. Quando o produto é vendido online no seu e-Commerce, há um pedido enviado para o fornecedor, e é essa entidade que envia o produto diretamente para o cliente. Depois da receção do pagamento, questões como gestão de stock, embalagem, envio do produto ao cliente, entre outras preocupações, são da responsabilidade do fornecedor.
Exemplo: http://www.wackyhippo.com
- Comércio Retalhista e Armazenamento: Podem vender para o público em geral ou para lojas de retalho e clientes B2B, mas a principal característica deste e-Commerce é o volume. Tem um foco na gestão de stock, acompanhar os pedidos dos clientes e as informações de envio, tendo necessidade de investir no próprio espaço do armazém.
Exemplo: https://www.dollardays.com
- Rotulagem em branco/White-labeling: Escolher um produto que já foi vendido com sucesso por outra empresa, mas projetar uma nova imagem, embalagem e etiqueta, para vender esse mesmo produto. A maioria das empresas fornecedoras deste serviço, definem uma quantidade mínima de produção. É comum nas indústrias de beleza e bem-estar, mas mais difícil de encontrar em outros nichos.
Exemplo: https://www.trysourcify.com
- Baseado em assinatura: Lojas online que enviam aos clientes produtos ou serviços em intervalos de tempo regulares e programados. As empresas de assinatura têm períodos de receita relativamente confiáveis e podem facilmente incentivar os clientes a comprar assinaturas adicionais. Alguns dos mercados mais comuns: Saúde, Beleza e Alimentação.
Exemplo: https://www.dollarshaveclub.com
Na escolha de um modelo de negócio é sempre importante avaliar as tendências e avançar nos mercados em crescimento. As estatísticas apoiam a noção de que o modelo de comércio eletrónico é uma boa opção para quem procura diversificar e expandir negócios.
Muitas empresas recebem receitas através de diferentes modelos de negócio.
Os cinco modelos de receita mais comuns, importantes para a área de e-Commerce, são:
. modelo de receita com base em taxas de transação.
. modelo de receita com base em assinatura.
. modelo de receita com base em publicidade.
. modelo de receita com base nas vendas.
. modelo de receita com base em afiliados.
Gerar receitas depende de um conjunto alargado de fatores, nomeadamente tráfego, relações ou patrocínios.
Modelos de venda de produtos mais comuns para e-Commerce
- Única categoria: Interessante para trabalhar um segmento de nicho, ao oferecer uma pequena seleção de produtos cuidadosamente escolhidos.
Exemplo: Venda de Tshirts, na sua maioria, brancas: https://www.thewhitetshirt.com. Ou sapatos artesanais: https://www.undandy.com
- Categoria Múltipla: Quanto maior for a sua loja, mais difícil será a logística.
Exemplo: https://personallypreppy.com ou www.continente.pt
- Afiliado: As vendas de afiliados beneficiam o vendedor original, proporcionam visibilidade adicional ao afiliado e fornecem uma oportunidade para gerar receita com análises de produtos, um blog pessoal ou outro site.
Exemplo: https://www.jvzoo.com ou https://www.kwanko.com
- Híbrido: Utilizar uma única categoria e produtos de afiliado, permitindo testar categorias de produtos relacionados com o seu nicho, sem riscos, para ver o que os seus clientes mais gostam. Pode ter links de afiliados na sua loja, usar widgets que permitem que os produtos afiliados tenham a aparência dos produtos vendidos no seu e-Commerce, com um processo de pagamento contínuo que não atrapalhe a jornada do comprador.
Sugestões rápidas para iniciar um e-Commerce
1. Compre um nome de domínio.
Precisa de um nome para um domínio que identifique a sua marca perfeitamente.
Não escolha o nome da marca só porque soa bem ao ouvido. Utilize palavras-chave associadas ao negócio, para que, mais tarde, possa beneficiar das vantagens do SEO.
Faça o seu registo na WebHs: https://www.webhs.pt/dominios/
2. Selecione Plataforma e/ou Programador.
As duas formas mais práticas de começar a construir um e-Commerce:
a) Desenvolvimento e alojamento do seu E-Commerce numa plataforma terceirizada, num modelo Do-it-Yourself.
b) Software de E-Commerce com desenvolvimento e alojamento próprio (mais avançado).
Dependendo do grau de personalização que precisa de ter no seu E-Commerce e do volume de produtos que pretende ou acredita que irá vender, um será mais adequado do que outro.
Num modelo de DIY (faça-você-mesmo), pode optar por plataformas populares de e-Commerce, tais como Shopify, BigCommerce ou da portuguesa FaceStore. Todos facilitam a integração de plugins, processamento de pagamentos, etc.
Um modelo interessante e intermédio, é o WordPress com integração do WooCommerce. Tem liberdade para adicionar e remover extensões, mudar a aparência do site e alterar qualquer tipo de configuração da forma que desejar, sempre que quiser. A interface é simples e eficiente. Com o WordPress, pode igualmente integrar inúmeros plugins, como Yoast SEO, PixelYourSite, ou integrar um sistema de faturação.
Para estas integrações, os softwares são intuitivos, mas se terceirizar o serviço a uma agência e pretender ter o seu e-Commerce num período de tempo relativamente curto e de forma profissional, certifique-se que pergunta se o programador tem experiência em construir sites do mesmo género.
3. Obter toda a documentação do negócio
Registe a sua empresa e avalie as especificidades do ramo de negócio que vai iniciar. Considere o acompanhamento jurídico, para dar resposta aos Termos & Condições, Política de Privacidade e RGPD (Regulamento Geral de Proteção de Dados)..
Existem várias leis que regulam a atividade comercial, sendo algumas destinadas a setores de atividade específicos, pelo que destaco a legislação aplicável ao e-Commerce:
- Decreto-lei 7/2004, conhecido por lei do comércio eletrónico;
- Lei 46/2012, relativa à proteção de dados e à privacidade nas comunicações eletrónicas;
- Decreto-lei 63/1985, conhecido por código do direito de autor;
- Decreto-lei 330/1990, conhecido por código da publicidade;
- Decreto-Lei 138/1990, conhecido por lei dos preços ao consumidor;
- Lei 24/1996, conhecida por lei do consumidor;
- Lei 67/1998, conhecida por lei da proteção de dados pessoais (saber mais com novo RGPD);
- Decreto-lei 143/2001, conhecido por lei dos contratos à distância;
- Decreto-lei 70/2007, conhecido por lei das reduções de preço;
Em seguida, partilho breves exemplos da Legislação para e-Commerce, para que possa familiarizar-se com os temas mais comuns:
- Artigo 7º: (…) é obrigatória a indicação, de forma clara e legível, (…), da eventual existência de restrições geográficas ou outras, à entrega e aos meios de pagamento aceites.
Artigo 10º. 1 – O consumidor tem o direito de resolver o contrato sem incorrer em quaisquer custos, (…) e sem necessidade de indicar o motivo, no prazo de 14 dias (…). - Artigo 12º – 1: No prazo de 14 dias, (…) o fornecedor de bens ou prestador de serviços deve reembolsar o consumidor de todos os pagamentos recebidos, incluindo os custos de entrega do bem nos termos do n.º 2 do artigo 13.º
- Artigo 12º – 2: O reembolso dos pagamentos deve ser feito através do mesmo meio de pagamento que tiver sido utilizado pelo consumidor na transação inicial, (…)
Considere aconselhar-se com um advogado local, para ajudar na criação do seu negócio. Embora seja um custo inicial, provavelmente irá poupar-lhe dores de cabeça e despesas significativas no futuro.
Avalie os seus processos de atendimento ao cliente, considerando que é importante ter uma política de troca e privacidade no seu site, uma área de Perguntas Frequentes (FAQ’s), bem como indicação as línguas em que fará o atendimento ao cliente, com respetivos contactos locais.
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