Pesquisei por curiosidade sobre o tema (crise) e o ritmo de fusões e aquisições em todo o mundo está em alta.
Todos os dias de manhãzinha, faço um zapping rápido pelo canal da Bloomberg e a CNBC e vou constatando enquanto voyeur 😊…
. as notícias dos máximos das bolsas norte-americanas;
. a subida robusta das ações europeias;
. o rally das tecnológicas;
. a escalada do ouro para níveis recorde;
. e outros movimentos pouco habituais como a tendência do euro a valorizar durante 5 meses consecutivos mais que o dólar.
O Financial Times contou oito negócios de mais de 10 mil milhões de dólares em seis semanas. (Crise?🤔)
A maior parte dos negócios tem origem nos Estados Unidos.
O índice da Bolsa americana S&P 500 ganhou cerca de 3% em relação ao início do ano.
No início do segundo semestre a venda de 21 mil milhões de dólares, das lojas de conveniência Speedway.
A compra da Maxim Integrated Products pela concorrente Analog Devices por 20 mil milhões de dólares.
🚗 As ações da Tesla subiram mais de 378% este ano e ultrapassaram os 2 mil dólares por ação.
🇪🇺 Na Europa houve uma operação de grande valor, o anúncio da aquisição da Varian Medical Systems pela alemã Siemens Healthineers por 16,4 mil milhões de dólares.
A rival chinesa da Tesla, a Nilo disparou 240% em bolsa e prepara-se para conquistar a Europa.
(Saiba mais sobre o mercado chinês no meu artigo: https://fredericocarvalho.pt/poder-tecnologico-financeiro-china-no-mundo/ )
🇵🇹 Em Portugal o mês de Junho teve números muito baixos com a crise, tendo o melhor mês do primeiro semestre acontecido em pleno confinamento com o anúncio de venda das posições da Arcus e da José de Mello na Brisa a um grupo de fundos. E com isso o valor registado pela Refinitiv para abril em Portugal supera os três mil milhões de euros, o que permitiu que 2020 acabasse por ser o melhor primeiro semestre desde 2008.
Globalmente, com a enorme incerteza sobre o que vão ser os próximos meses, quer na evolução da pandemia quer nos resultados das eleições presidenciais, parece continuar a haver muito €.
O primeiro semestre mundial, no conjunto, acabou por ser o pior desde 2013 com uma queda de quase 40% nos negócios face ao ano anterior.
📈 Mas oportunidades parecem não faltar
Das grandes empresas ao uso quotidiano do dinheiro.
Tem sido difundido que coronavírus pode ser transmitido através do manuseamento de notas, o que levou muitos estabelecimentos a colocarem cartazes a dizer que não aceitam pagamentos em dinheiro.
No auge da pandemia global, os bancos da China e da Coreia do Sul começaram a desinfetar e colocar as notas em quarentena para desacelerar a disseminação do novo coronavírus.
👨⚕️A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que não há qualquer prova de que as notas transmitam o coronavírus.
🦠 Estudos recentes indicam que o SARS-CoV-2 pode sobreviver, em superfícies como plástico ou metal, até 72 horas, e em aerossóis, até 3 horas. Em superfícies de cobre, o novo coronavírus sobrevive menos de 4 horas e, em superfícies mais porosas, como cartão, menos de 24 horas.
Christine Tait-Burkard, especialista em doenças infecciosas na Universidade de Edimburgo, declarou que o dinheiro não é um vetor de doença,“a menos que alguém use uma nota para se assoar a ela”.
Mas os estragos já estavam feitos e, no primeiro mês da crise, a utilização de dinheiro no Reino Unido caiu em mais de 60%.
⬇️ Os volumes de transação foram reduzidos para metade no período da crise.
Numa sondagem, perto de 75% dos inquiridos disseram que esperavam usar menos dinheiro no futuro.
Já no Brasil foi diferente, a pandemia gerou uma corrida às caixas electrónicas e o aumento dos pedidos de recursos em espécie. O dinheiro em circulação atingiu o maior patamar em 19 anos. No período da pandemia, o volume de dinheiro vivo nas mãos dos brasileiros aumentou 29,8%.
Em todo o mundo a pandemia, deu um impulso adicional à banca digital e aos fornecedores de sistemas de pagamento não bancários como a Apple Pay e o PayPal.
Nas maiores economias, apenas a China começou a registar uma queda absoluta no rácio entre a moeda física e o PIB.
😷 Nos EUA, as cidades de Nova Iorque e de São Francisco e o estado de Nova Jérsia proibiram os retalhistas de recusarem dinheiro.
O dinheiro vivo continuará a desempenhar um papel, talvez mais modesto do que no passado, a par com uma variedade de cartões e transferências digitais diretas.
Há novo ímpeto ao próprio trabalho dos bancos centrais em relação às moedas digitais.
Com a crise a austeridade onde se esconde?
🤔 Primeiro, o que são medidas de austeridade?
É o agravamento de impostos, o corte nos salários (a começar na Função Pública e com impacto no privado), o garrote nos gastos dos serviços do Estado e a diminuição do investimento público.
Haverá um buraco que a pandemia e a recessão vão trazer às contas públicas, o endividamento do Estado e o levar o PIB para níveis inéditos.
Factos mostram que ao contrário do que se passou na maioria das economias da OCDE, Portugal viu a sua atividade estagnar no mês de Julho, interrompendo a tendência de franca recuperação. Já na Zona Euro, os indicadores mantiveram a trajetória de subida, ainda que menos acentuada do que no mês anterior.
Com o aumento generalizado do crédito a quase todos os setores de atividade, a exposição da banca também cresceu em várias
áreas com a crise, incluindo aquelas que são vistas pelo Banco de Portugal e por instituições internacionais como as mais vulneráveis à crise atual. O maior aumento desta exposição foi, precisamente, ao setor do alojamento e restauração.
☝️ A taxa de juro média do crédito concedido a empresas aumentou em junho pela primeira vez desde o início do ano. Os empréstimos às empresas dispararam quase 30% no primeiro semestre.
Estado tem de ter um organismo que seja um acelerador de decisões.
♕ Mas a política, e isto não é novo, pressupõe um lado lúdico que não existe na percentagem do PIB.
Aquele em que o Estado gasta 1,2 mil milhões de euros dos contribuintes, dum país pobre, com dificuldade na criação de riqueza e perto da cauda da Europa, não em investimentos para a competitividade, mas numa companhia aérea.
Aquele em que um anúncio de uma Liga dos Campões com estádios vazios justificou uma cerimónia mas os dados do Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional que em 2019 revela que Portugal investiu mais 218 milhões de euros em investigação e desenvolvimento do que no ano anterior, não tem brilho (e devia!)